terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Cheire a nostalgia.


                                                    Estou agarrada a essa nostalgia.
Sinto o cheiro da chuva entranhar em minhas defeituosas narinas. A sua ausência instiga os soluços agora soltos. Fecho os olhos e tento agarrar a melhor lembrança existente. Tudo bem. Eu sei que ela só possuí significado para mim , mas isso pouco me importa agora, afinal , eu a tenho.
Seguro dentro dos meus olhos todas as lágrimas que insistem em dançar para fora dos meus olhos castanhos. Desde o dia que a minha sensibilidade tornou-se um argumento para o seu desprezo, eu nunca mais as soltei. 
Mas mesmo assim , ainda estou agarrada a essa nostalgia.
Ela exala um cheiro doce em minha mente. O cheiro de nuvem. O cheiro de água. 
Ainda estou agarrada a essa nostalgia.
Sei que a rainha de copas tomou a sua mente. E o seu controle já não o pertence.
Por isso eu fecho os olhos. Paro. Fico. E sinto o cheiro dessa nostalgia.
Pensei que ela seria doce. É... doce feito as nuvens que compro no parque.
Mas infelizmente o sal foi colocado em maior quantidade.
A sua consciência de rainha de copas entranhar-se-á na minha.
E essa palavra tão doce , mas ao mesmo tempo tão amarga , não será mais pensada.
Estou agarrada a essa nostalgia.
O som da chuva acompanha o da tua voz.
Esse cheiro, faz-me ébrio até o instante seguinte.
O desejo me acompanha e ele espantará a sua consciência de rainha de copas.
Estou soltando essa nostalgia.

A nostalgia do chapeleiro maluco .


Nostalgia é o prato principal
Lágrimas tomam a forma do nosso vinho.
Os talheres brilhantes conseguem refletir.
A imagem que conseguiu de uma vez por todas fugir.

Sei que esse tempo não é a eternidade.
Mas a sua duração está quase lá.
O infinito ?
Ah , ele foi junto com você.

A sua consciência é a rainha de copas.
E eu nem sequer tenho o chapeleiro como amigo.
Mas o coelho, as vezes, aparece.

Já estou faminta novamente.
O sulco ainda permanece.
Será ?
O infinito .

Engraçado , o vinho ainda não acabou.
Mas eu já o bebi mais de dez vezes.

Há beleza nisso tudo ?
Nem eu sei.
Mas a comida não me caiu bem.

É. 
Só resta eu.
Esse prato.
Esse vinho.
E essa consciência de chapeleiro.



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