Estou agarrada a essa nostalgia.
Sinto o cheiro da chuva entranhar em minhas defeituosas narinas. A sua ausência instiga os soluços agora soltos. Fecho os olhos e tento agarrar a melhor lembrança existente. Tudo bem. Eu sei que ela só possuí significado para mim , mas isso pouco me importa agora, afinal , eu a tenho.
Seguro dentro dos meus olhos todas as lágrimas que insistem em dançar para fora dos meus olhos castanhos. Desde o dia que a minha sensibilidade tornou-se um argumento para o seu desprezo, eu nunca mais as soltei.
Mas mesmo assim , ainda estou agarrada a essa nostalgia.
Ela exala um cheiro doce em minha mente. O cheiro de nuvem. O cheiro de água.
Ainda estou agarrada a essa nostalgia.
Sei que a rainha de copas tomou a sua mente. E o seu controle já não o pertence.
Por isso eu fecho os olhos. Paro. Fico. E sinto o cheiro dessa nostalgia.
Pensei que ela seria doce. É... doce feito as nuvens que compro no parque.
Mas infelizmente o sal foi colocado em maior quantidade.
A sua consciência de rainha de copas entranhar-se-á na minha.
E essa palavra tão doce , mas ao mesmo tempo tão amarga , não será mais pensada.
Estou agarrada a essa nostalgia.
O som da chuva acompanha o da tua voz.
Esse cheiro, faz-me ébrio até o instante seguinte.
O desejo me acompanha e ele espantará a sua consciência de rainha de copas.
Estou soltando essa nostalgia.